O agroturismo está na moda em muitos países do mundo. O descanso em harmonia com a natureza, a familiarização com a vida rural, a participação possível nos trabalhos agrícolas — tudo isso não significa de todo a ausência de conforto e as condições espartanas de alojamento. Por exemplo, em Portugal, a cerca de 25 km da cidade de Viseu, a antiga quinta da célebre família dos Albuquerques — a Casa da Ínsua — foi transformada num luxuoso hotel de cinco estrelas, embora seja, na sua essência, uma verdadeira quinta agroturística.

Às seis e meia da manhã todos os curiosos são convidados a assistir à ordenha matutina de ovelhas. Poderá, provavelmente, ficar algo desiludido ao ver estes animais ordenhados por máquinas. Pode crer que a ordenha manual de ovelhas é uma operação muito trabalhosa.

agro1 Concluída a primeira fase de produção de queijo, o leite fresco é recolhido em bidões. Os hóspedes podem nadar na piscina e prosseguir para o pequeno-almoço. Aqui os espera o primeiro encontro com os queijos locais, além dos célebres doces portugueses em que a quantidade de gemas de ovo ultrapassa as nossas expectativas mais ousadas. Porém, falaremos sobre os doces numa outra ocasião.

Às nove horas da manhã será convidado a visitar uma pequena queijaria própria. O leite recolhido de manhã está pronto para se transformar em queijo, sendo que poderá participar neste processo de modo mais direto possível. Ponha-se ao lado da senhora queijeira e ela mostra-lhe todo o processo. Mesmo sem a tradução fica claro que neste caso não é preciso aplicar força, mais vale fazer tudo sem pressa e com amor. Em contrapartida, após o trabalho com o leite gordo de ovelha, as suas mãos parecerão saídas do melhor salão de spa.

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A seguir à queijaria, visita-se a produção própria de doces de fruta. É o doce de tomate que liga melhor com os queijos locais, embora, como se diz, dependa do gosto. É provável que goste mais do doce de abóbora ou de maçã. Depois dos doces, faz-se uma visita à adega da quinta e a um curioso museu dos objetos relacionados com o trabalho e o dia-a-dia dos camponeses.

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A propósito, o queijo produzido nesta região chama-se Serra da Estrela DOP (“denominação de origem protegida”). Na sua produção é utilizada a flor do cardo, que encontra no caminho que o leva à sala de degustação de queijos e vinhos da quinta.

Irina Klimenko

Jornalista gastronómica

Gosta de entrevistar cozinheiros, queijeiros e vinhateiros nos seus lugares de trabalho. Nunca impõe a sua opinião gastronómica.

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